Nossa História & Nossa Inspiração


Duas amigas em prol de uma causa, em prol de defender mudanças, mães e sonhadoras.

Ao voltar da licença maternidade, nos deparamos com diversos sentimentos e novas situações. Não éramos mais as mesmas de quando saímos de licença, não sentíamos as mesmas coisas, não tínhamos mais a mesma vida, agora éramos mães. E sendo mães, nos sentimos praticamente expulsas do mercado de trabalho, pois ao retornar à empresa éramos tratadas  como se nada tivesse acontecido. Cumprindo de uma vez a mesma jornada de trabalho, com até mais cobrança por conta do período afastado do trabalho. 


Embora trabalhássemos em empresas humanizadas, que possuíam algumas políticas pró-maternidade, como sala de amamentação ou auxílio creche, percebemos que as empresas não estavam de fato preparadas para nos acolher como mães que gostariam de ascender na carreira e realmente voltar ao trabalho de uma forma mais humana e real.

Não havia políticas institucionais de volta progressiva para adaptação daquelas profissionais que haviam se transformado tanto. Muitas pessoas nem têm ideia do que é esta volta e acabam não tendo empatia com este momento. Em uma das empresas havia sala de amamentação, na outra não. Faltava lugar adequado para armazenar o leite materno; não havia flexibilidade institucional para nos dar mais tempo e, com isso, aumentar a nossa produtividade. 

 

Ao conversar sobre nossas experiências no início de 2022, percebemos que a nossa dor não era só nossa! Fizemos, então, uma breve pesquisa com cerca de 70 mães do nosso círculo com a seguinte pergunta: "O que sentiu mais falta de ter após o término da licença maternidade para voltar ao trabalho? e as respostas foram quase unânimes: faltou tempo para dar conta de tudo - cuidar do bebê e das demandas no trabalho - e faltou empatia da equipe.  


Embora cada experiência de volta ao trabalho após o retorno da licença maternidade tenha suas peculiaridades, percebemos que as dores gerais eram as mesmas. Assim, para mudar esse cenário e ajudar essas mães a se reintegrarem no mercado de trabalho com a possibilidade de chegarem a cargos de liderança, resolvemos criar a liBertha.


Nos inspiramos na Bertha Lutz, uma das fundadoras da Federação Brasileira para o Progresso Feminino, entidade que liderou a campanha pelo voto feminino e outros direitos das mulheres. Ela foi Deputada Federal em 1936 e lutou pela mudança da legislação referente ao trabalho da mulher e dos menores de idade, propondo a igualdade salarial, a isenção do serviço militar feminino, a licença de três meses à gestante sem prejuízo de vencimentos e a redução da jornada de trabalho, então de 13 horas.


"Recusar à mulher a igualdade de direitos em virtude do sexo é denegar justiça a metade da população." Bertha Lutz


Raffa & Carol